O SERMÃO DA
MONTANHA
P
– Infelizmente, os ignorantes do Evangelho e do Apocalipse de Jesus dão valor
somente ao que não tem nenhum valor. O que realmente tem valor, para todo o
sempre, fica relegado ao desprezo total! Como o Espírito da Verdade interpreta
o Sermão da Montanha?
R
– Vamos reunir estas passagens: Mateus, V: 1-12; Lucas, VI: 20-26 do Evangelho
de Jesus.
MATEUS: 1 – Jesus, vendo a
multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos.
2 – E ensinava, dizendo: 3 – “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque
deles é o Reino dos Céus; 4 – Bem-aventurados os pacientes, porque eles
possuirão a Terra; 5 – Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados; 6 – Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
alcançarão misericórdia; 8 – Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão Deus, frente a frente; 9 – Bem-aventurados os pacificadores, porque eles
serão chamados filhos de Deus; 10 – Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da verdade, porque deles é o Reino de Deus; 11 – Bem-aventurados sois
vós quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentido, fazem todo mal contra
vós por minha causa! 12 – Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso
galardão nos céus; porque assim também perseguiram os profetas, que vieram
antes de vós”.
LUCAS: 20 – Jesus, dirigindo
o olhar para os seus discípulos, dizia: “Bem-aventurados vós, que sois pobres,
porque vosso é o Reino de Deus. 21 – Bem-aventurados vós, que agora tendes
fome, porque sereis saciados; bem-aventurados vós que agora chorais, porque
haveis de rir. 22 – Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando
vos separarem, quando vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como o mau
o vosso nome por causa do Cristo. 23 – Alegrai-vos nesse dia e exultai, porque
é grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os pais deles tratavam
os profetas. 24 -  Mas ai de vós, ó
ricos, pois tendes a vossa consolação no mundo! 25 – Ai de vós, que estais
saciados, pois vireis a ter fome! Ai de vós, que rides agora, pois tereis de
gemer e chorar! 26 – Ai de vós, quando vos elogiarem, porque assim os pais
deles faziam aos falsos profetas!” .
A
humildade – a doçura que tem por companheiras a afabilidade e a benevolência; a
resignação nos sofrimentos morais, físicos e espirituais, que são sempre uma
expiação justa, porque derivam OU DE FALTAS E IMPRUDÊNCIAS
COM QUE O HOMEM AGRAVA SUAS PROVAÇÕES TERRENAS, OU DE EXISTÊNCIAS ANTERIORES,
TODAS SOLIDÁRIAS ENTRE SI, DE MODO QUE CADA UM TRAZ CONSIGO A PENA SECRETA DA
SUA PRECEDENTE ENCARNAÇÃO; o amor ardente, sério, perseverante, do
dever, por toda parte e sempre; a tolerância sempre, também por toda parte; a
indulgência para com os fracos e as faltas de outrem; a simpatia viva e
delicada pelos sofrimentos e angústias, morais e físicos, de seus irmãos; o
perdão, do íntimo da alma, para as ofensas e injúrias; o esquecimento, mas de
tal maneira que o passado fique morto, tanto no coração quanto no pensamento; a
caridade e o amor; a pureza de coração, que exclui não só todas as palavras e
ações más como, ainda, todos os maus pensamentos, e só existe quando há
abstenção de TUDO QUE É MAL,
de par com a prática ativa e abnegada DE TUDO QUE É BEM,
tanto na ordem física quanto na ordem moral e intelectual; a moderação, a
brandura, a paciência, a obediência, a firmeza e a perseverança na fé, na
prática da justiça – qualquer que sejam as injúrias, as perseguições morais e
físicas que venham dos homens; o desinteresse e a renúncia às coisas materiais
como determinante do orgulho e do egoísmo, dos apetites animais, das paixões e
vícios que degradam a Humanidade; a aspiração da felicidade celeste, o
reconhecimento ao Criador, que reserva grande recompensa aos que cumprirem
esses deveres e praticarem essas virtudes – eis o que encerram essas palavras
de Jesus, no Sermão do Monte. Meditai-as, portanto, e ponde-as em prática. Não
vos fieis na felicidade terrena; não descanseis nas “riquezas” do mundo; não
vos firmeis na vossa inteligência: CONFIAI UNICAMENTE EM DEUS,
DE QUEM RECEBEIS TODAS COISAS. Aquele que possui
riquezas (todas transitórias) use-as sempre em benefício dos pobres, e viva humildemente; aquele que tem inteligência faça como a
criancinha que espera ser guiada por seus pais, e ao mesmo tempo a partilhe com
todos os seus irmãos, dando-lhes conselhos salutares, SOBRETUTO PELO EXEMPLO; aquele que está saciado
pense nos que têm fome, divida com eles o pão material, que sustenta o corpo, e
o pão espiritual, que alimenta a alma; aquele que se acha alegre proceda como
se estivesse triste, para associar à sua alegria o irmão que chora, dando-lhe
consolação e tomando parte em suas dores. Nisto se resumem as palavras do Mestre:
prática do trabalho, do amor e da caridade, tanto na ordem física, ou material,
quanto na ordem  moral e intelectual.
 
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