OS DOGMAS E AS VERDADES ETERNAS
P - A Igreja baseia sua crença no inferno
e suas penas eternas em palavras de Jesus, como as que constam do capítulo em
estudo. Que diz a isto, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R - Jesus se dirigia a homens cuja
imaginação precisava ser despertada. Vede que o mesmo ainda hoje se dá: não
usamos de idêntica linguagem, para com todos vos. Muitas vezes nos adaptamos às
vossas fraquezas, aos vossos preconceitos e até mesmo ao ranço de sectarismo
latente em vós, A FIM DE VOS CONDUZIRMOS
GRADUALMENTE AS VERDADES QUE, REVELADAS DE CHOFRE, PODERIAM DETERMINAR O VOSSO
AFASTAMENTO. Jamais chocamos inutilmente as crenças humanas, enquanto
possam conciliar-se com o progresso da Humanidade. Mas, desde que um Espírito
fraco se apegue fortemente a este ou aquele dogma, a tal ou qual cerimônia, nós
lhe dizemos lealmente: “O CULTO QUE
AGRADA AO SENHOR Ê UNICAMENTE O CULTO QUE VEM DO CORAÇÃO; A SEUS OLHOS
NENHUM VALOR TÊM OS ATOS EXTERIORES". Inversamente, aos fracos que
necessitem de apoio para a sua crença, de uma barreira que os impeça de
transpor certos limites, dizemos: "SERVI
EM PLENA CONSCIÊNCIA, AO SENHOR DEUS: PRATICAI COM REGULARIDADE E SINCERA
ATENÇÃO 0 VOSSO CULTO, QUALQUER QUE ELE SEJA; MAS' NÃO VOS DESCUIDEIS DO CULTO
DA ALMA, TÃO GRATO AO PAI CELESTIAL. SOIS FRACOS E TENDES NECESSIDADE DE
AMPARO; BUSCAI-0 ONDE COSTUMAIS ENCONTRÁ-LO; MAS BUSCAI, TAMBÉM, O DOS VOSSOS
AMIGOS CERTOS, OS ESPÍRITOS DO SENHOR, QUE VOS CERCAM E AUXILIAM, QUE CONHECEM
O ÚNICO OBJETIVO  QUE DEVEIS ALCANÇAR: A
PAZ NA VIDA PRESENTE E A FELICIDADE NA VIDA FUTURA". Como vedes,
conformamos nossos ensinos com os preconceitos e as fraquezas humanas. Todavia,
para que não haja obscuridade em nossas palavras, declaramos: jamais os
conformamos com erros e faltas das crenças humanas, subordinando a Verdade
Eterna à transitoriedade dos dogmas. Falamos a uns com doçura e outros com
severidade, apropriando nossa linguagem ao caráter e às disposições de cada um.
Ora, Jesus - sábio por excelência - soube muito melhor do que todos nós, tornar
a lição compreensível de modo oportuno e útil, aos Espíritos obstinados que o
ouviam. Por isso vos dizemos; NÃO HÁ,
NUNCA HOUVE, DA PARTE DO MESTRE, AMEAÇA DE PENAS ETERNAS. Entendei bem,
portanto, estas palavras: "Aquele que houver blasfemado contra o Espírito
Santo não achará perdão na eternidade, será réu de um delito eterno; não terá
perdão nem neste século, nem no futuro". O Cristo adequava a palavra à
inteligência: A FALTA ACARRETA UM
CASTIGO QUE PODEIS CONSIDERAR ETERNO, TENDO EM VISTA A MEDIDA DE QUE USAIS PARA
MEDIR O TEMPO. O Espírito rebelde, que blasfema contra Deus, tem de sofrer
longas provações para voltar ao cumprimento do dever. Esse ato inaudito denota,
no Espírito, um sentimento de rebelião e de orgulho que o levará a multas
quedas. Não concebeis que as diversas categorias de delito impliquem a idéia de
maior ou menor perversidade? Necessariamente, quem cometer certa falta que,
comparada a outra, seja leve, estará mais perto de se arrepender: e menos
radicalmente vicioso ficando entendido que A
DIFERENÇA DE CULPABILIDADE RESULTA DA INTENÇÃO E NÃO DA CARÊNCIA DE
OPORTUNIDADE. Não há caso algum em que o Espírito fique absolutamente
excluído de perdão. Apenas, relativamente semelhante exclusão existe para o
culpado pelo temor, que este experimenta, de que ela seja real, à vista do
castigo e da sua duração. ESTA NADA É
EM FACE DA ETERNIDADE, MAS SE AFIGURA SER A PRÓPRIA ETERNIDADE AQUELE QUE
NADA VÊ PARA ALEM DOS ACANHADOS LIMITES DA SUA INTELIGÊNCIA. Não tendes
ouvido Espíritos culpados dizerem, por entre gemidos, que se acham condenados a
penas eternas"? E não sabeis que a existência neles, desta crença
constitui um dos meios de os levar ao arrependimento? Não vedes como? Eis aqui:
o rigor e a duração do castigo consomem as más energias do culpado.Cassado de
sofrer, aterrorizado com a perspectiva de dores sem fim, ele se volta para si
mesmo, olha com desespero para o seu passado, conta todas as faltas, todos os crimes
que o precipitaram no abismo e, finalmente, exclama: "Ah! se eu pudesse
começar tudo de novo!” Os Espíritos, que o cercam logo tratam de intervir,
impelindo-o a pesquisar SE TERÁ, MESMO,
DE RECOMEÇAR E A SABER COMO ELE 0 PARIA SE TIVESSE A NOVA OPORTUNIDADE,
Pouco a pouco, o arrependimento lhe vai penetrando no íntimo, fazendo nascer a
esperança do perdão, ao influxo desta esperança, o arrependimento se
desenvolve; a expiação passa a ser suportada com paciência e resignação.
Depois, à medida que aquele se torna mais sincero e profundo, vem surgindo o
desejo de reparar, de expiar e progredir, com o auxílio de novas provações. E DEUS PERDOA E CONCEDE AO CULPADO QUE SE
ARREPENDEU E SUBMETEU A GRAÇA DA REENCARNAÇAO.
 
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