DEUS E A VIDA UNIVERSAL – IX
P – Queremos uma explicação
importante do Espírito da Verdade, através do CEU da LBV: – Como é que,
chegando ao período de preparação para entrar na humanidade, na espiritualidade
consciente, o Espírito passa desse estado misto, que o separa do animal e o
apronta para a vida espiritual, AO ESTADO DE ESPÍRITO FORMADO, isto é, de
individualidade inteligente, responsável e livre? Outra pergunta que julgamos
da mais alta importância: – Uma vez de posse do livre arbítrio, da consciência
de suas faculdades, da sua vontade, da liberdade de seus atos, como é que lhe
sucede FALIR POR ORGULHO OU INVEJA?
R – Depois de haver passado
pela matéria animal, chegando a um certo grau de desenvolvimento, o Espírito,
antes de entrar na vida espiritual, precisa permanecer num estado
misto. Eis por que e como se opera essa “estagnação”, sob a direção e
vigilância dos Espíritos prepostos. Para entrar na vida ativa, consciente,
livre e independente, o Espírito tem necessidade de se libertar por completo do
contato forçado em que esteve com a carne, de esquecer as suas relações com a
matéria, isto é, de se depurar dessas relações. É NESSE MOMENTO QUE SE
PREPARA ATRANSFORMAÇÃO DO INSTINTO EM INTELIGÊNCIA CONSCIENTE. Já bem
desenvolvido no estado animal, o Espírito é, de certo modo, restituído ao todo
universal, mas em condições especiais: é conduzido aos mundos ad hoe, às
regiões preparativas, porque lhe cumpre achar o meio onde se elaboram os
princípios constitutivos do perispírito. Fraco raio de luz, ele se vê lançado
na massa de vapores que o envolvem por todos os lados. Aí perde a consciência
do seu ser, porque a influência da matéria tem de se anular no período da
estagnação, e cai num estado a que chamaremos (para que todos possam
compreender) letargia. Durante esse período, o perispírito, destinado a
receber o princípio espiritual, se desenvolve e se constitui ao derredor
daquela centelha de verdadeira
vida. Toma, a princípio, uma forma
instintiva, depois se aperfeiçoa gradualmente como o germe no seio materno, e
passa por todas as fases do desenvolvimento. Quando o invólucro está pronto
para contê-lo, o Espírito sai do torpor em que jazia e solta o seu primeiro
brado de admiração: nesse ponto, O
PERISPÍRITO É COMPLETAMENTE FLUÍDICO, MESMO PARA NÓS. Tão pálida é a chama que ele encerra (a
essência espiritual da vida) que os nossos sentidos, embora sutilíssimos,
dificilmente a distinguem. Esse é o estado
de infância espiritual. É então que
os altos Espíritos (que comandam a educação dos que se encontram, assim, no
estado de simplicidade, de ignorância e de inocência), os encaminham para as
esferas fluídicas, onde deverão ficar durante o seu desenvolvimento moral e
intelectual, até ao momento em que se achem, no uso completo de suas
faculdades, JÁ EM CONDIÇÕES DE
ESCOLHER O CAMINHO QUE DESEJEM TRILHAR. Seguem-se as fases da infância. Os Guias ou Protetores ensinam ao
Espírito o que é o livre arbítrio
que Deus lhe concede, explicam o
uso que dele podem fazer e o concitam a se ter em guarda contra os escolhos que
venha a deparar. O reconhecimento e o amor devidos ao Criador constituem o
objeto da primeira lição que o Espírito recebe. Levam-no, depois, gradualmente,
ao estudo dos fluidos que o cercam e das esferas que descortina. Conduzidos
pelos seus prudentes Guias, passa às regiões onde se formam os mundos, a fim de
lhes estudar os “mistérios”. Desce, enfim, às regiões inferiores, para aprender
a dirigir os princípios orgânicos de tudo o que é, em qualquer dos reinos da
Natureza. Daí vai as esferas mais elevadas, onde aprende a dirigir os fenômenos
atmosféricos e geológicos, que todos vós observais SEM O COMPREENDER. Assim é
que, de estudo em estudo, de progresso em progresso, o Espírito adquire a
ciência que, infinita, o aproximará do Mestre Supremo. Mas, como já dissemos,
quando o livre arbítrio atinge um desenvolvimento completo, os espíritos fazem
dele bom ou mau uso, uns logo no início da vida espiritual consciente, outros
em ponto mais ou menos adiantado da carreira. Todos seguem os seus caminhos
entregues a si mesmos, como vos outros, isto é, não experimentando mais do que
a influência amiga de seus Guias, que eles vêem à volta de si, como o
adolescente vê os membros da sua família se gruparem ao seu derredor, para o
preservarem dos perigos da vida. É
O TERRÍVEL APRENDIZADO, QUE LHE CUMPRE FAZER, DO LIVRE ARBÍTRIO. Tudo é tão belo nas regiões superiores, o
Espírito admira tão grandes coisas que fica maravilhado, deslumbrado! As
tendências, então, se desenvolvem. A ambição nobre de aprender, de crescer e de
subir, quase sempre se imiscui o orgulho ou a inveja. Neste ponto, sente a
influência paternal de Deus, cuja existência lhe é revelada, mas que ele não
vê. Só o que é perfeito pode
aproximar-se da Perfeição. Ora, o
Espírito independente e livre, está ainda ignorante e não experimentou, por si
mesmo, o seu valor.
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