DEUS E A VIDA UNIVERSAL –
XIII
P
– Desejamos que o Espírito da Verdade analise esta opinião, formulada nos
seguintes termos: “Do mesmo modo que, para o
Espírito em estado de formação, a materialização nos reinos mineral e vegetal e
nas espécies intermediarias (e, igualmente, a encarnação no reino animal e nas
espécies intermediarias), É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO resultante de
falta cometida, TAMBÉM PARA O ESPÍRITO FORMADO, que já tem inteligência
independente, consciência de suas faculdades, responsabilidade dos seus atos
(livre arbítrio), e que se encontra no estado de inocência e ignorância – a
encarnação, primeiro em terras ou mundos primitivos, depois nos mundos
inferiores e superiores – ATÉ QUE HAJA ATINGIDO A PERFEIÇÃO – É UMA NECESSIDADE
e não UM CASTIGO”. Que devemos nós concluir de tudo isso?
R
– Responde o Espírito da Verdade: A encarnação humana NÃO É UMA NECESSIDADE, e
sim UM CASTIGO, diante das Leis Divinas que já analisamos. E o castigo não pode preceder a culpa. O
Espírito não é humanizado
(também já o explicamos) antes que a primeira falta o tenha sujeitado à
encarnação humana. Só então ele é preparado (como, igualmente, já o
demonstramos) para lhe sofrer as consequências. A opinião que submeteis à nossa
análise, na vossa pergunta de hoje, se fundamenta por esta maneira: “Segundo um
sistema que, à primeira vista, denota algo de especioso, os Espíritos não
teriam sido criados para encarnar materialmente;
a encarnação humana NÃO seria mais que o resultado de uma falta. Tal sistema
cai pela simples consideração de que, SE NENHUM
ESPÍRITO HOUVESSE FALIDO, NÃO HAVERIA HOMENS NA TERRA NEM SERES NOS OUTROS
MUNDOS. Ora, sendo a presença do homem necessária, como é,
para melhoria material dos mundos, visto que ele concorre – pela sua
inteligência e pela sua atividade – apara a execução da obra geral, claro esta
que o homem é um dos meios essenciais da Criação. Não podendo Deus subordinar o
acabamento de sua obra à queda eventual das suas criaturas, a menos que
contasse previamente com um número suficiente de culpados, para alimentar os
mundos criados e por criar, o BOM SENSO repele
semelhante modo de pensar”. A última frase deve ser riscada. O bom
senso, ao contrário, indica que a presciência de Deus lhe faculta saber que, NO NÚMERO DOS QUE ELE CRIA SIMPRES, IGNORANTES E FALÍVEIS, HAVERÁ
SEMPRE MUITO QUE – PELO MAU USO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO – SUCUMBIRÃO AS SUAS
FRAQUEZAS CAUSADAS PELO ORGULHO, QUE SE ORIGINA NA IGNORÂNCIA E TEM POR
DERIVADOS A PRESUNÇÃO, O EGOÍSMO E A INVEJA. Seria, porventura,
mais sensato pensar que Deus (o Infinito de todas as Perfeições) cria seres
fracos expressamente para adquirirem força através dos sofrimentos, das
provações? Que os cria inocentes para lhes ensinar a prática da inocência no
assassínio, na indignidade, na multiplicidade dos vícios das encarnações
humanas primitivas, vícios que tanto se enraízam nas criaturas, e que milhares
de séculos passam sobre elas sem as polir? Sim, PORQUE AINDA
HOJE SÃO INÚMERÁVEIS AS BAIXEZAS QUE AFLIGEM O GÊNERO HUMANO!
Ora, se assim fosse poderíeis dizer que Deus concedeu ao Espírito o livre arbítrio
sob a condição de ficar submetido a uma lei única – a do pecado! Por essa
forma, teria Deus sujeitado a suplício igual (o da encarnação humana) tanto o
Espírito que, no estado de inocência e de ignorância, dócil a seus Guias, segue
o caminho que lhe é apontado para progredir, quanto o Espírito indócil,
orgulhoso, presunçoso, egoísta e invejoso culpado e revoltado, que faliu por
mau uso do seu livre arbítrio. Não! Deus é infinitamente grande, justo, bom e
paternal. Seus filhos nascem simples de coração (Ele assim o quis); têm a
liberdade dos seus atos (é Ele quem a concede). Se fazem mau uso do livre
arbítrio, é que – dando o Senhor toda a liberdade ao Espírito – dele se afasta,
por assim dizer, para deixá-lo entregue às suas próprias impressões e tendências.
É ENTÃO QUE O ESPÍRITO ESCOLHE O RUMO QUE PREFERE
SEGUIR. Então, e só então, sofre as consequências da
escolha que faz. Tudo virá ao seu tempo. É esta uma verdade que abrirá caminho,
como já o abriram estas duas outras – a
anterioridade da Alma e a reencarnação. Uma geração semeia, a
segunda monda e a terceira colhe. A onisciência de Deus lhe faculta saber,
desde e por toda eternidade (pois o presente, o passado e o futuro lhe estão
patentes a todos os instantes) que jamais faltou nada, nem falta, nem faltará à
vida e a harmonia universais: que houve, há e haverá SEMPRE Espíritos culposos
para alimentar as terras primitivas, o vosso e os outros mundos que Ele criou,
cria e criará, destinados a servir de habitação aos Espíritos que faliram,
estão falindo e vão falir, todos esses que tiveram, têm e terão que expiar e
progredir nessas esferas e trabalhar pela melhoria material delas. A
onisciência de deus lhe faculta saber, desde e por toda a eternidade, que
também houve e sempre haverá Espíritos que, puros no estado de inocência e de
ignorância, dóceis aos seus Guias, se conservarão puros no caminho do
progresso, trilhando-o simples e gradualmente, conforme ao que lhe é indicado;
que sempre houve há e haverá Espíritos, como esses, que NUNCA IRÃO FALIR, PARA ALIMENTAR TODOS OS MUNDOS FLUÍDICOS QUE ELE
CRIOU, CRIA E CRIARÁ, apropriado às inteligências dos que os devem
habitar, e nos quais essas inteligências têm de progredir em invólucros
fluídicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário