quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

 

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIII

 

P – Desejamos que o Espírito da Verdade analise esta opinião, formulada nos seguintes termos: “Do mesmo modo que, para o Espírito em estado de formação, a materialização nos reinos mineral e vegetal e nas espécies intermediarias (e, igualmente, a encarnação no reino animal e nas espécies intermediarias), É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO resultante de falta cometida, TAMBÉM PARA O ESPÍRITO FORMADO, que já tem inteligência independente, consciência de suas faculdades, responsabilidade dos seus atos (livre arbítrio), e que se encontra no estado de inocência e ignorância – a encarnação, primeiro em terras ou mundos primitivos, depois nos mundos inferiores e superiores – ATÉ QUE HAJA ATINGIDO A PERFEIÇÃO – É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO”. Que devemos nós concluir de tudo isso?

 

R – Responde o Espírito da Verdade: A encarnação humana NÃO É UMA NECESSIDADE, e sim UM CASTIGO, diante das Leis Divinas que já analisamos. E o castigo não pode preceder a culpa. O Espírito não é humanizado (também já o explicamos) antes que a primeira falta o tenha sujeitado à encarnação humana. Só então ele é preparado (como, igualmente, já o demonstramos) para lhe sofrer as consequências. A opinião que submeteis à nossa análise, na vossa pergunta de hoje, se fundamenta por esta maneira: “Segundo um sistema que, à primeira vista, denota algo de especioso, os Espíritos não teriam sido criados para encarnar materialmente; a encarnação humana NÃO seria mais que o resultado de uma falta. Tal sistema cai pela simples consideração de que, SE NENHUM ESPÍRITO HOUVESSE FALIDO, NÃO HAVERIA HOMENS NA TERRA NEM SERES NOS OUTROS MUNDOS. Ora, sendo a presença do homem necessária, como é, para melhoria material dos mundos, visto que ele concorre – pela sua inteligência e pela sua atividade – apara a execução da obra geral, claro esta que o homem é um dos meios essenciais da Criação. Não podendo Deus subordinar o acabamento de sua obra à queda eventual das suas criaturas, a menos que contasse previamente com um número suficiente de culpados, para alimentar os mundos criados e por criar, o BOM SENSO repele semelhante modo de pensar”. A última frase deve ser riscada. O bom senso, ao contrário, indica que a presciência de Deus lhe faculta saber que, NO NÚMERO DOS QUE ELE CRIA SIMPRES, IGNORANTES E FALÍVEIS, HAVERÁ SEMPRE MUITO QUE – PELO MAU USO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO – SUCUMBIRÃO AS SUAS FRAQUEZAS CAUSADAS PELO ORGULHO, QUE SE ORIGINA NA IGNORÂNCIA E TEM POR DERIVADOS A PRESUNÇÃO, O EGOÍSMO E A INVEJA. Seria, porventura, mais sensato pensar que Deus (o Infinito de todas as Perfeições) cria seres fracos expressamente para adquirirem força através dos sofrimentos, das provações? Que os cria inocentes para lhes ensinar a prática da inocência no assassínio, na indignidade, na multiplicidade dos vícios das encarnações humanas primitivas, vícios que tanto se enraízam nas criaturas, e que milhares de séculos passam sobre elas sem as polir? Sim, PORQUE AINDA HOJE SÃO INÚMERÁVEIS AS BAIXEZAS QUE AFLIGEM O GÊNERO HUMANO! Ora, se assim fosse poderíeis dizer que Deus concedeu ao Espírito o livre arbítrio sob a condição de ficar submetido a uma lei única – a do pecado! Por essa forma, teria Deus sujeitado a suplício igual (o da encarnação humana) tanto o Espírito que, no estado de inocência e de ignorância, dócil a seus Guias, segue o caminho que lhe é apontado para progredir, quanto o Espírito indócil, orgulhoso, presunçoso, egoísta e invejoso culpado e revoltado, que faliu por mau uso do seu livre arbítrio. Não! Deus é infinitamente grande, justo, bom e paternal. Seus filhos nascem simples de coração (Ele assim o quis); têm a liberdade dos seus atos (é Ele quem a concede). Se fazem mau uso do livre arbítrio, é que – dando o Senhor toda a liberdade ao Espírito – dele se afasta, por assim dizer, para deixá-lo entregue às suas próprias impressões e tendências. É ENTÃO QUE O ESPÍRITO ESCOLHE O RUMO QUE PREFERE SEGUIR. Então, e só então, sofre as consequências da escolha que faz. Tudo virá ao seu tempo. É esta uma verdade que abrirá caminho, como já o abriram estas duas outras – a anterioridade da Alma e a reencarnação. Uma geração semeia, a segunda monda e a terceira colhe. A onisciência de Deus lhe faculta saber, desde e por toda eternidade (pois o presente, o passado e o futuro lhe estão patentes a todos os instantes) que jamais faltou nada, nem falta, nem faltará à vida e a harmonia universais: que houve, há e haverá SEMPRE Espíritos culposos para alimentar as terras primitivas, o vosso e os outros mundos que Ele criou, cria e criará, destinados a servir de habitação aos Espíritos que faliram, estão falindo e vão falir, todos esses que tiveram, têm e terão que expiar e progredir nessas esferas e trabalhar pela melhoria material delas. A onisciência de deus lhe faculta saber, desde e por toda a eternidade, que também houve e sempre haverá Espíritos que, puros no estado de inocência e de ignorância, dóceis aos seus Guias, se conservarão puros no caminho do progresso, trilhando-o simples e gradualmente, conforme ao que lhe é indicado; que sempre houve há e haverá Espíritos, como esses, que NUNCA IRÃO FALIR, PARA ALIMENTAR TODOS OS MUNDOS FLUÍDICOS QUE ELE CRIOU, CRIA E CRIARÁ, apropriado às inteligências dos que os devem habitar, e nos quais essas inteligências têm de progredir em invólucros fluídicos.

 

 

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