JESUS E SATANÁS – II
P
– A ação libertadora da LBV, pela Pregação da Verdade, brevemente será
proclamada e aceita por todos os brasileiros e estrangeiros de BOA VONTADE.
Como o Espírito da Verdade explica a origem de um “diálogo” entre Jesus e
Satanás?
R
– Como homem, Jesus, para os Apóstolos e discípulos, estava sujeito às
necessidades da existência terrena e, portanto, às tentações do “demônio”. Mas
era, ao mesmo tempo, por efeito das impressões que lhes produzira a sua missão,
UM GRANDE PROFETA. Em consequência das novas impressões que receberam,
depois de terminada essa missão na Terra, passaram a considerá-lo MAIOR QUE
TODOS OS PROFETAS que a Humanidade até então conhecera, incontestavelmente O
FILHO DE DEUS, partilhando, portanto, da DIVINDADE DO PAI.
Suscetível de ser tentado por Satanás, pensavam, ele o fora e triunfara. De
considerarem o que não passara de um ensinamento como sendo o resumo do que
acontecera, durante a ausência de Jesus, entre ele e o “diabo”, como sendo a
súmula de fatos reais e materiais de que o Mestre participara, veio a IDEIA
DE UM DIÁLOGO que devera ter travado entre os dois. Se é certo que das
palavras, de que usou Jesus, se apagara a lembrança na memória dos homens,
certo é, também, que o pensamento, a substância e a realidade do ensino se
conservaram. Para reconstituírem o diálogo, de acordo com o objetivo da lição,
os Apóstolos e discípulos recorreram às Escrituras. De fato, confrontai as
palavras que já vos revelamos, pronunciadas pelo Cristo, com a versão que se
criou – sob a influência das tradições e dos comentários – e vereis que o
sentido, o fundo e o pensamento são idênticos; que a alegoria, tomada ao pé da
letra, pela maneira por que foi apresentada, e que no futuro seria compreendida
espiritualmente pela inteligência, encerra o ensino de Jesus, mas transformado
num fato material – o da tentação real feita por Satanás ao Cristo que, tendo
sofrido essa prova, dela triunfou como homem e FILHO DE DEUS. A Transportação
do Redentor para o cimo de uma alta, depois para o pináculo do templo de
Jerusalém, e ainda a fome que atribuíram – foram a consequência dos
comentários. Do desaparecimento do Mestre pelo tempo, durante o qual, conforme
às tradições, devia ele, como os profetas, permanecer em jejum no deserto,
antes de iniciar sua missão, concluíram os Apóstolos e discípulos que, findos
os quarenta dias e quarenta noites, NECESSARIAMENTE SENTIRA FOME, tanto
mais quando coincidiram com sua ausência as palavras que dirigiu ao povo, no
momento mesmo em que reapareceu. Ora, aplicando materialmente a Jesus essas
palavras calcularam os Apóstolos e discípulos que, forçosamente, Satanás o
transportara a dois lugares elevados, a um para lhe mostrar todos os reinos da Terra,
a outro para – colocando-o no fastígio das grandezas humanas – lhe dizer que se
precipitasse no espaço, atirando-se “dali a baixo”. Não percais de vista a
ignorância e a ingenuidade dos homens daquela época, dos Espíritos encarnados
que se entregavam a tais comentários, relativamente às coisas terrenas. O cimo
de alto monte e o pináculo do templo de Jerusalém foram os lugares mais
próximos que acudiram à ideia dos Apóstolos e discípulos, que não compreendiam
pudesse haver outros. Para eles o cimo de um monte elevado era o único lugar
aonde o “diabo” poderia ter transportado Jesus, para lhe mostrar todos os
reinos da Terra. Quando atribuíam sentido material às palavras do Mestre
relativas ao fastígio das grandezas humanas, ao qual o “demônio” o elevara para
lhe dizer “LANÇA-TE DAQUI A BAIXO, POIS SERÁS AMPARADO”, o único
lugar que lhes parecia materialmente o ponto culminante das grandezas
humanas, como elevação no espaço, era o pináculo do templo de Jerusalém. Os
crentes aceitavam os fatos (do mesmo modo que hoje) como suas faculdades lhe
permitiam. Os incrédulos os rejeitavam, como ainda os rejeitam, sem mais
investigações. Afinal, A CRENÇA NUMA TENTAÇÃO MATERIAL TEVE SUA RAZÃO DE
SER. O que se deu foi o que se devia dar, na marcha dos acontecimentos.
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