JESUS E OS HOMENS – IV
P
– Formulamos duas perguntas ao Espírito da Verdade: 1ª) – Estando Jesus isento
da necessidade de qualquer alimentação humana, isento de todas as necessidades
inerentes à humanidade terrestre, como se passavam as coisas quando ele, à
vista dos homens, tomava alimentos durante a sua missão, quer antes do seu
aparecimento conhecido pelo nome de “ressurreição”, quer depois? 2ª) – Como se
davam o desaparecimento de Jesus, quando o supunham no deserto ou no cimo da
montanha, e o seu reaparecimento entre os homens?
R
– Os Espíritos Superiores que o cercavam (em número, para vós, incalculável),
todos submissos à sua vontade, seus auxiliares dedicados, faziam desaparecer os
alimentos que lhe eram apresentados e que não tinham, para Jesus, qualquer
utilidade. Aqueles Espíritos os subtraíam da vista dos homens, de modo a lhes
causar completa ilusão, à medida que parecia serem ingeridos pelo Mestre,
cobrindo-os, para esse fim, de fluidos que os tornavam invisíveis. Feito
isso, os levavam e dispersavam de forma que pudessem servir (e serviram) para a
satisfação das necessidades de outras criaturas. Jesus (notai-o bem, seguindo-lhe
os passos no desempenho da sua missão terrena) só muito raramente – durante
todo o tempo daquela missão, assim antes como depois do seu reaparecimento,
chamado “ressurreição” – tomou parte, aos olhos dos homens, nas
refeições humanas. Fazia-o unicamente quando “era preciso”, seja para os
convencer da sua condição de homem, seja a título de ensinamento vivo, com o
exemplo permanente da Caridade, do Amor e do Perdão. Aqueles que o acompanhavam
sempre, não se surpreendiam com a sua maneira de viver. Viam-no orar e, sendo a
do jejum uma lei rigorosa entre os judeus, criam que Jesus a observava à risca,
para se mortificar, dando testemunho da sua Perfeição. Quanto ao
desaparecimento e reaparição do Cristo, a explicação não menos simples. Ao
Espírito é dado libertar-se temporariamente do invólucro material de que se
ache revestido, conservando-se ligado e preso a ele POR UM CORDÃO FLUÍDICO,
INVISÍVEL AOS HOMENS. Pode assim o Espírito, algumas vezes, libertar-se do
corpo pelo desprendimento durante o sono e, em casos muito raros, quando o
indivíduo, sem estar dormindo, se encontre num “estado de êxtase” mais ou menos
pronunciado. Pode mesmo, pela bicorporeidade, pela bilocação e com o auxílio do
perispírito, tornar-se visível e tangível – sob todas as aparências do corpo
humano – de modo a produzir ilusão completa. PODE AINDA, EM CASOS
EXCEPCIONALÍSSIMOS, E TENDES DISSO EXEMPLOS COMPROVADOS E AUTÊNTICOS, TORNAR-SE
VISÍVEL E TANGÍVEL, COM TODAS AS FACULDADES APARENTES DA VIDA E DA PALAVRA
HUMANA (Afonso de Liguori e Antônio de Pádua são exemplos dessa natureza).
O Espírito materialmente encarnado não tem meios de desmaterializar o corpo de
que está revestido: esse poder só o tem a decomposição resultante da morte.
Mas, ao contrário, os Espíritos Superiores, quando em estado de encarnação ou
incorporação fluídica, podem – à vontade – materializar o corpo fluídico por
sua natureza, de que se achem revestidos, a fim de torná-lo visível e mesmo
tangível aos vossos olhos, assim como o podem desmaterializar, a fim de que
desapareça de vossas vistas, FAZENDO-O VOLTAR AO SEU ESTADO NORMAL, EM QUE
NÃO O VEDES. Podem, igualmente, modificá-lo, assimilando-o às regiões que
devam percorrer. Mas, desde que estejam sofrendo encarnação ou incorporação,
aqueles Espíritos não podem desligar do corpo que tomaram senão pela morte que,
só ela, os faz voltar a erraticidade com o perispírito que traziam,
apresentando este o grau de purificação que lhe haja resultado da última
encarnação ou incorporação. No que diz respeito ao corpo dos Espíritos
Superiores, a morte não passa de uma desagregação da matéria que envolve o
Espírito. Dizemos “matéria” porque os fluidos que o perispírito assimilou
para operar a encarnação ou incorporação, de fato, para o Espírito, são
matéria. Considerada a sutileza dos sentidos de tais Espíritos, essa
desagregação se aproxima bastante da decomposição: para eles, as matérias que
compõem o corpo, ainda que não mais sujeitas ao aperfeiçoamento se dissolvem
visivelmente. Cada um dos princípios do corpo constitutivos do corpo
fluídico se separa, completamente, e volta ao meio de onde saiu, e que de novo
o atrai. Apropriando as Leis Naturais e Imutáveis (que regem a formação dos
corpos fluídicos dos mundos superiores) aos fluidos ambientes que servem para a
formação dos seres terrestres, conforme ao que já vos explicamos, é que Jesus
formou o corpo com que se apresentava aos homens, CORPO APARENTEMENTE
HUMANO, ao qual (para sermos entendidos) demos o nome de perispírito
tangível, apto a LONGA TANGIBILIDADE, graças aos mesmos fluidos
ambientes. Espírito Puro, não sujeito a encarnação ou incorporação alguma, em
nenhum planeta, Jesus formava voluntariamente aquele perispírito tangível, DO
QUAL TINHA O PODER DE SE LIBERTAR. As matérias que o compunham, de si
mesmas sutilíssimas para olhos humanos, podiam desaparecer, subdividindo-se, e
reagregar-se, à vontade do Mestre, para reaparecer. O conhecimento de que Jesus
dispunha (e que só os Espíritos Puros possuem completo) da natureza dos fluidos
empregados para a formação do perispírito tangível, das propriedades de tais
fluidos para produzirem esse resultado sob a ação das lei de atração magnética
– esse conhecimento perfeito aliado à sua potência espiritual é que lhe
facultavam fazer da vista dos homens desaparecesse o mesmo perispírito,
dissociando-lhe os princípios constitutivos, MAS SEMPRE MANDENDO-OS SOB O
PODER DA SUA VONTADE, prontos a se reunirem de novo.
 
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