JESUS E OS HOMENS – VI
P
– Disse o Espírito da Verdade: “Como admitir que Jesus, na qualidade de homem
(o que significa dizer sujeito às necessidades da existência humana), tenha
podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar alimento
algum?” Ora, os materialistas não poderão opor o exemplo de Moisés que,
revestido de um corpo material humano, permaneceu no alto da montanha, quarenta
dias e quarenta noites, sem comer e sem beber, e daí concluir que Jesus (também
revestido de um corpo material humano, aos olhos deles) poderia ter feito o
mesmo?
R
– Mantemos nossas palavras, que acabais de citar. Moisés (diz o “Êxodo”,
capítulo XXXIV, versículo 28) passou quarenta dias e quarenta noites na montanha,
e “não comeu pão nem bebeu água”, durante todo esse tempo. Efetivamente, Moisés
não tomou alimento algum preparado, MAS SE ALIMENTOU DE VEGETAIS
SILVESTRES E ALGUNS INSETOS de que os hebreus se nutriam, quando era
preciso. Não esqueçais, tampouco, a sobriedade natural dos orientais, que de
parcos alimentos necessitam, como todos os habitantes dos climas quentes.
Moisés não foi destino no desempenho da sua missão, antes de entrar na Terra
Prometida? Qualquer dos missionários espirituais (Moisés, Elias, João e tantos
outros) teve missão semelhante a do Cristo, o Ungido do Senhor? Com relação a
Jesus, terão dito o mesmo que a respeito de Moisés? Não. O que está nos
evangelhos (Mateus, capítulo IV, v. 2; Lucas, capítulo IV, v. 2) é que JESUS NADA COMEU; que jejuou durante quarenta dias e quarenta
noites; que, portanto, passou todo esse tempo sem tomar alimento de espécie
alguma, PREPARADO OU NÃO PREPARADO;
que o passou em absoluta abstinência, tal como era o jejum entre os judeus.
Confrontados os textos, não há paridade entre um e outro caso, pelo que
repetimos o que antes dissemos: “Como admitir que JESUS, sendo homem, sujeito
as enfermidades e necessidades da existência humana, tenha podido viver
quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar nenhum alimento,
JEJUANDO SEM ALIMENTAÇÃO ALGUMA, NÃO SEMELHANTEMENTE A MOISÉS, QUE SE
ALIMENTAVA DE INSETOS E VEGETAIS SILVESTRES?” É tempo de explicarmos por que
foi indispensável essa “encarnação especial” de Jesus, tal como vos revelamos.
Se admitis que Jesus era um Espírito mais puro, mais perfeito que qualquer
outro adstrito ao vosso planeta; se admitis que, escolhido como O GUIA DA TERRA antes de ser ela tirada do caos, isto é, da
massa dos fluidos que lhe continham os germes, PRECISO ERA
QUE TIVESSE SUPREMACIA SOBRE TUDO E TODOS. Como podereis
achar razoável que um Espírito dessa magnitude suportasse o contato de matéria
tão grosseira, qual a do corpo humano, tal como o compreendeis? Eis aí onde
estaria o “milagre”, pois HAVERIA UMA SUBVERSÃO DA
ORDEM ESTABELECIDA, POR DEUS, DESDE TODA A ETERNIDADE!
Quando tendes de guardar líquidos espirituosos ou éteres, sois obrigados a
procurar recipientes adequados a conte-los, sob pena de os vasos se quebrarem
ou se evaporarem os éteres, voltando a massa dos fluidos de onde os extraístes.
Por que, então, não podeis admitir que UM ESPÍRITO
ETÉREO, COMO O DO CRISTO, TENHA SIDO LEVADO A FABRICAR UM “VASO” APROPRIADO A
ENCERRÁ-LO? Haveis de convir que há grande presunção da parte
dos homens, especialmente dos que teimam em considerar Jesus uma das três
parcelas de Deus (embora tenham Deus por indivisível), quando pretendem que o
Mestre revestiu um corpo igual aos vossos. De fato, isso equivale a dizer que DEUS, O ESPÍRITO DOS ESPÍRITOS, A ESSÊNCIA DE INAPRECIÁVEL SUTILEZA,
se haja encerrado num vaso de argila, tão grosseiro como são os vossos corpos.
Meditai e respondei, em plena consciência: podeis admitir semelhante
despautério? Dissemos que aí, sim, é que haveria “milagre”. Realmente, só por
“milagre” seria possível que UM ESPÍRITO TÃO SUTIL, TÃO
ETÉREO, COMO O DO CRISTO, suportasse o contato de matéria tão
grosseira como a do corpo humano, visto que TAL FATO
ESTARIA FORA DAS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS, importando, pois,
numa subversão da ordem estabelecida, por Deus, desde toda a Eternidade!
 
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