OLHO POR OLHO,
DENTE POR DENTE
P
– Os ensinos dos homens sempre nos deixam confusos, porque eles se contradizem
de todos os modos imagináveis. Por isso mesmo, o CEU da LBV chegou na hora
certa, para nos aclarar o entendimento espiritual. Como o Espírito da Verdade
analisa o “olho por olho, dente por dente” face ao Novo Mandamento de Jesus?
R
– Vejamos estas passagens do Evangelho: Mateus, V: 38-42 e Lucas, VI: 29-30.
MATEUS: 38 – Sabeis que foi
dito aos antigos: “Olho por olho, dente por dente”. 39 – Eu, porém, vos digo:
não resistais ao que é mau; se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe
a outra; 40 – àquele que quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa
capa. 41 – Se alguém vos forçar a caminhar mil passos, marchai com ele dois
mil. 42 – Daí a quem vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar.
LUCAS: 29 – Se alguém te
bater numa face, apresenta-lhe a outra; se alguém quiser tua capa, dá-lhe
também a túnica. 30 – Dá a todo aquele que te pedir, e não reclames contra o
que levar os teus bens.
O
sentido destas palavras, encaradas segundo o espírito, jamais segundo a letra,
se torna claro desde que, de um lado, nos reportemos à ÉPOCA EM QUE JESUS DESEMPENHAVA SUA MISSÃO E TENHAMOS EM CONTA OS
HOMENS A QUEM FALAVA; e, de outro lado, consideremos o objetivo
daquela missão, de amor e caridade – objetivo que
consistia na implantação do Novo Mandamento. O Mestre teria de
espalhar, como espalhou, doutrinando e exemplificando,  as sementes que haviam de frutificar
para  o futuro. Os preceitos da lei
antiga ERAM DE MOLDE A ATEMORIZAR HOMENS QUE SÓ
PODIAM SER GOVERNADOS PELO TEMOR; HOMENS CUJA NATUREZA, VIOLENTA E CRUEL, NÃO
ENTENDIA UMA LEI DE AMOR E DOÇURA. O próprio Deus, através
do Pentateuco, falava de um povo “de dura cerviz”. Para que Moisés fizesse
respeitar os direitos individuais, preciso foi que o convencesse de que, COMO CASTIGO, SOFRERIA TANTO OU MAIS DO QUE FIZERA SOFRER.
Jesus teve, portanto, de combater o extremo com o extremo, o exagero do mal com
o exagero do Bem: daí resultaria, com o tempo, o necessário equilíbrio às
relações humanas. Na realidade, a Lei do Cristo punha em relevo o amor, a
paciência, a abnegação que todo homem devia confessar, não só para com seus
(parentes ou amigos) mas até mesmo para com os que lhe queriam mal e procuravam
prejudica-lo. Não podia o Mestre falar, com a clareza necessária, sobre a Lei
de Causa e Efeito; a reencarnação, por sua vez, era apenas (para aqueles
ignorantes) um privilégio dos grandes emissários de Deus. O recurso eram
aquelas palavras que – através dos séculos- deram motivo a tantas explorações
dos ateus e livres-pensadores: para eles, Jesus pregava
a covardia, o desfibramento, a insensibilidade moral; estimulava o crime e
ainda recompensava o criminoso! Vós, entretanto,
compreendeis por que o Cristo opôs o AMAI-VOS à
truculência humana do “olho por olho, dente por dente”. Meditemos: “Sabeis que foi dito aos antigos: “olho por olho, dente por dente”. Eu,
porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer”, isto é, o
homem deve, antes de se revoltar contra a injúria, lançar mão de todos os meios
possíveis para atrair a si aquele que o injuria; deve, mesmo, por de  parte todo o orgulho e humilhar-se, se
preciso for, para salvar aquele que se transviou; não deve, NUNCA, fazer
justiça pelas próprias mãos, PORQUE A DEUS PERTENCE JULGAR e a cada um será
dado de acordo com suas obras. Ninguém transgride, impunemente,  as Leis Divinas que regem o vosso mundo e
todos os mundos do Universo. Mas, ainda hoje, muitos
espiritualistas não aceitam a Doutrina do Mestre, porque o orgulho e o egoísmo
se revoltam contra ela! Quanto as leis humanas, que controlam vossos passos,
embora imperfeitas (espiritualmente falando), são necessárias à maturação da
vossa segurança. Acatai todas essas leis, porque tudo é apropriado aos tempos e
à inteligências. Deixai que tais leis sejam
executadas, quando tiverdes inutilmente empregado os meios, que a caridade vos
faculta, diante daqueles que vos caluniam, prejudicando os vossos justos
interesses. Meditemos um pouco mais: “Aquele que
quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa capa; se alguém quiser
tua capa, dai-lhe também a túnica”. Nestas palavras, Jesus
mostra aos homens que A BOA VONTADE, DEMONSTRADA A
UM IRMÃO CULPADO, PODE SERVIR PARA A SUA CORREÇÃO. Ninguém
pensará, certamente, que Jesus tenha pretendido animar o roubo ou a violência,
prescrevendo que o homem ceda a este ou aquele, perdoando todas as extorsões.
Bem sabeis que, para atingir inteligências obtusas, foi preciso falar assim:
Jesus teve de figurar tais exemplos de amor e de abnegação para que, procurando
seguir-lhe os preceitos, ainda que de longe, os que o ouviam enveredassem pelo
caminho do Bem. Bastante compreensível, também, deve ser o sentido destas
palavras: “Se alguém vos forçar a caminhar mil passos,
marchai com ele dois mil”. Significa: sendo-vos possível, não recuseis
nunca atender a um apelo de vosso irmão. Ao contrário: adiantai-vos e
ultrapassai, cativando-o, os limites por ele próprio traçados à vossa BOA VONTADE. Não vos contenteis com o serviço prestado:
tratai de ver se por detrás do apelo, não há uma necessidade maior. Examinai a
situação do vosso próximo e prestai-lhe OS FAVORES QUE
GOSTARIEIS DE RECEBER, SE ESTIVESSEIS NO SEU LUGAR.
Não menos compreensível deve ser o sentido caridoso, moral e materialmente
falando, destas outras palavras do Cristo: “Daí a quem
vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar”. Jamais
negueis a esmola da vossa bolsa, da vossa inteligência ou do vosso coração, na
medida de vossas possibilidades. Não penseis em despojar os que tenham obtido
de vós alguma coisa, ainda que hajam usado de meios vergonhosos, mesmo da violência.
Tratai, pelo contrário, de fazer com que redunde em proveito de quem o tirou
aquilo que vos foi tirado: a Lei restitui a cada um,
que age assim, O QUE LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO.
Mas não alenteis o vício: trabalhai por desviar dele o vosso irmão, usando os
remédios do Cristo Eterno. No estado atual da sociedade humana, inegáveis são –
a necessidade e o dever da resistência (pelos meios que as leis e a justiça
prescrevem) à injustiça, ao ultraje, à espoliação, a fim de impedir que o
próximo, por atos delituosos ou criminosos, pratique o mal,  sucumbindo nas suas provas, ou para trazer um
irmão, que deste modo transgride a Lei, à condição de não mais falir,
futuramente, DA PARTE DOS HOMENS, PORÉM,
A PENA E O CASTIGO DEVEM TER POR FIM (COMO TÊM DA PARTE DE DEUS) A MELHORIA
MORAL DO CULPADO E SEU PROGRESSO.
 
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