DEUS E A VIDA UNIVERSAL –
XI
P
– O Espírito da Verdade afirmou que os Espíritos destinados a ser humanizados, por terem cometido erros graves são lançados nas trevas exteriores –
mundos primitivos, virgens ainda do aparecimento do homem (do
reino humano), mas preparados e prontos para essas encarnações em substâncias
humanas, às quais não se pode dar propriamente nome de corpos, nas condições de
macho e fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução. Quais as condições
dessas substâncias humanas?
R
– São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras, ou mundos primitivos,
no estado de esboço, como tudo o que se forma nas trevas exteriores. Aí, o
macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se
arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem – como os animais – do que
encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem,
abundantemente, para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os
caçam: a previdência do Senhor vela sempre, pela conservação de todos. SEUS ÚNICOS INSTINTOS SÃO OS DA ALIMENTAÇÃO E OS DA REPRODUÇÃO.
As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão alongando,
tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam. Mas como não é
nossa tarefa traçar aqui a História da Criação, prossigamos: o Espírito vai
habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do
planeta. Esses corpos não são aparelhados como os vossos, mas os elementos que
os compõem se acham dispostos de maneira a que o Espírito os possa usar e
aperfeiçoar. Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos.
Podeis formar idéia da criação humana estudando essas larvas informes, que
vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios. São massas, quase
inertes, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes desliza,
tendo os membros, por assim dizer, em estado latente. Eis aí, ó homem, a tua origem, o teu ponto
de partida, quando o ateísmo, o orgulho, a inveja, a indocilidade e a revolta
te fizeram falir, em condições que exigem A PRIMITIVA
ENCARNAÇÃO HUMANA! Não desvies, horrorizado, o olhar: agradece,
antes, ao Senhor, que te permite elevar os olhos para Ele e entrever a Imagem
da Perfeição nos Espíritos radiosos que o cercam! E cabe, aqui, dar aos homens
uma instrução séria, a fim de que não sejam levados a ver, nessas encarnações
primitivas, ou nas suas causas, uma “vingança feroz” da Divindade. DEUS NÃO SE VINGA. Que necessidade teria de se vingar? Apenas,
na sua previdência onisciente, coloca o Espírito orgulhoso, que se considera “o
centro do Universo”, em condições de reconhecer a
sua fragilidade. Procede como o chefe de família que, depois
de consentir que o filho presunçoso tente levantar o peso que viu o pai erguer,
exercita a força do menino, proporcionando-lhe meios de a desenvolver, pouco a
pouco, a fim de aprender a fazer dela O USO
CONVENIENTE. Tais encarnações, por mais horríveis que possam
parecer, são um benefício imenso para o Espírito. Tendo falido, convém que ele
se submeta ao jugo dessa matéria da qual se julgava o senhor, para compreender
a sua impotência e adquirir, pelo exercício e pelo combate, a força, a destreza
e, sobretudo, a experiência que lhe faltavam. Ora, aquilo que pune o Espírito
é, também, aquilo que o regenera:
sem essa terrível provação, ele ficaria vicioso, e seu poder – se fosse mantido
– se tornaria nocivo à HARMONIA UNIVERSAL, o que é
impossível, porque contrário à Lei de Deus. Assim, portanto, só
por uma paternal previdência do Criador – e unicamente no interesse do seu
desenvolvimento meritório – o Espírito se vê condenado a sofrer encarnações que
o seu zelo, o seu arrependimento e a sua docilidade podem abrandar e abreviar
ao infinito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário