AS NAÇÕES NADA VALEM PARA DEUS
P
– As lições do Centro Espiritual Universalista da LBV serão, brevemente, coisa
fácil de entender, inclusive o Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade
interpreta a passagem do Evangelho segundo Lucas, capítulo IV, versículos 22 a
30?
R
– A passagem é esta:
22 – Todos lhe davam
testemunho e, tomados de admiração ante as palavras cheias de graça que lhe
saíam da boca, diziam: “Não é este o filho de José?” 23 – Jesus, então, lhes
disse: “Sem dúvida, me aplicareis o provérbio: “Cura-te a ti mesmo, ó médico!
Fase no teu país as grandes coisas que, segundo ouvires, fizeste em Cafarnaum!”
24 – Mas, em verdade vos digo que nenhum profeta é bem aceito em sua terra. 25
– Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel, ao tempo de Elias,
quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e uma grande fome assolou
a terra; 26 – entretanto, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma que
era viúva em Sarepta de Sidon. 27 – Havia, também, muitos leprosos em Israel,
ao tempo do profeta Eliseu e, no entanto, nenhum deles foi curado, só o sendo
Naaman, que era da Síria. “28 – Todos os que se achavam  na sinagoga, ouvindo-o falar desse modo, se
encheram de ira 29 – e, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram ao
cimo do monte (sobre o qual estava edificada a cidade) para o lançarem de lá de
baixo. 30 – Jesus, porém, passando entre eles, saiu dali.
Não
nos deve causar espanto a interrogação: “Não é este o filho de José?” Sabeis
que, para o povo da Galiléia, para os hebreus como para os outros homens, Jesus
– durante a sua missão terrena – era fruto da concepção humana, tendo Maria por
mãe e José por pai. Só depois de finda aquela missão e divulgada a revelação
(que se conservara até então
secreta) feita pelo Anjo a Maria e José, foi que Jesus passou a ser considerado
filho da Virgem e de Deus, mediante concepção e nascimento miraculosos,
divinos, por obra do Espírito Santo. Só então a crença na sua divindade
germinou na mente dos discípulos que interpretavam ao pé da letra as palavras
“meu Pai” ditas por Ele, referindo-se a Deus.. Em suma, achavam que somente a
origem divina do Mestre explicava os fatos chamados “milagres”. Aos que, na sua
orgulhosa incredulidade, se negavam a aceitá-lo como o Ungido do Senhor,
conforme declarou ao terminar a leitura do trecho de Isaias, cujas palavras
confirmara dizendo EM VERDADE VOS DIGO QUE
NENHUM PROFETA É BEM ACEITO EM SUA TERRA, Jesus deu um ensinamento
destinado (da mesma forma que todos quantos saíram de seus lábios) a produzir
frutos naquele momento e no futuro. Suas palavras, nos versículos 26 e 27,
visavam a fazer sentir aos judeus que AS NAÇÕES NADA
VALEM PARA O SENHOR e que a seus olhos só tem valor a Virtude;
objetivavam tornar-lhes patente o tamanho do orgulho que os impelia a se
considerarem OS ÚNICOS A QUEM DEUS
DISPENSAVA SUAS GRAÇAS, o povo preferido, merecedor de todos os
privilégios. Que nenhum dos povos e nações da atualidade se deixe levar por
esse orgulho, porque Deus olha para todos os seus filhos com igual amor. Os
únicos privilegiados são os que tem maiores méritos, sejam quais forem seus
cultos e nacionalidades. Chamamos vossa atenção para os últimos versículos
(29-30). Admitis seja possível um homem qualquer desaparecer
das mãos de inimigos encarniçados, decidido a sacrificá-lo?
Podeis admitir que o caráter de Jesus se coadunasse com o emprego de algum
miserável subterfúgio, para alcançar a piedade ou o perdão de algozes dispostos
a precipita-lo do cimo da montanha a baixo? O CERTO, PORÉM, É QUE JESUS
DESAPARECEU DO MEIO DELES. Que conclusões tirais desse desaparecimento, fato
que muitas vezes se repete no curso da sua missão, da sua aparente vida humana,
antes e depois da época chamada ressurreição? Jesus, no instante mesmo em que
ia ser atirado da montanha a baixo, saiu dali, foi-se embora, passando por entre os que o haviam conduzido, por entre os que o
rodeavam, por entre a multidão! Fazendo cessar a
tangibilidade do seu corpo perispirítico, ele se libertou das mãos que o
seguravam fortemente, e desapareceu das vistas de todos. Ao mesmo tempo em que
fazia cessar aquela tangibilidade, os que o cercavam, impedindo-lhe a passagem
foram – por efeito de ação magnético-espiritual – TOMADOS DE
VERTIGEM. Aqueles que o agarravam LARGARAM-NO SEM SABER POR QUE MOTIVO O FAZIAM
e, notando o seu desaparecimento, acreditaram que se havia ocultado sob a
proteção de cúmplices! Ora, sabeis que influência pode o mundo invisível
exercer sobre a vossa organização. De que natureza é a influência que,
instantaneamente, vos força a ter só um pensamento, a só pensar num determinado
ato, sem que tenhais consciência do tempo decorrido enquanto estivestes assim
absortos? O cérebro, em tal caso, fica num estado de atonia, por efeito do
magnetismo espiritual e, também, da ação dos fluídos que o  envolvem. Os Espíritos Superiores, que se
agrupavam em torno de Jesus e daqueles que o rodeavam atuaram sobre eles,
produzindo-lhes uma espécie de vertigem. Dizemos “vertigem” porque, naquele
momento, influenciados pelos fluidos que os Espíritos espalhavam sobre eles,
produzindo uma ação magnética, os que cercavam Jesus tiveram detido o curso de
seus pensamentos, e assim o viram desaparecer sem que, no primeiro instante, se
apercebessem de que o prisioneiro lhe escapava! Só se inteiraram dos fatos
depois que deixaram completamente de vê-lo. Sendo grande a multidão, a ação
espiritual se exerceu apenas sobre os que, por estarem mais próximos, podiam
observar a “saída” de Jesus. Dais muita importância a estas explicações, e elas
a têm, com efeito, porque EVIDENCIAM A NATUREZA DO CORPO DO CRISTO – humano na
aparência mas, na realidade, perispiritual, estranho à vossa humanidade. Tudo
tem sua razão de ser na aparente vida humana de Jesus, nos acontecimentos que
se encadeiam durante o curso da sua missão terrena, quer como exemplo ou lição,
quer para que os homens da época dessem crédito à sua humanidade corpórea ou
dela se convencessem, quer ainda para, ao mesmo tempo, deixar em germe, no seio
deles, COM VISTAS AO FUTURO,
os elementos das provas da natureza puramente perispirítico-tangível do seu
corpo. Efetivamente, só à luz do CRISTIANISMO DO CRISTO
(tão diferente do cristianismo fabricado pelos homens) a natureza perispiritual
do seu corpo poderia explicar (como explica), tornar compreensíveis e admitidos
fatos inexplicáveis por outra forma e que SERIAM
ABSURDOS, IMPOSSÍVEIS, ABSOLUTAMENTE INADIMISSÍVEIS, SE JESUS TIVESSE SOFRIDO A
ENCARNAÇÃO HUMANA TAL QUAL A SOFREIS, SE TIVESSE TIDO UM CORPO IGUAL AOS VOSSOS.
Não confundais a influência que acabamos de descrever e que os Espíritos
Superiores exerceram sobre os homens no alto da montanha de Nazaré, com a
influência que, em certos casos, os Espíritos podem exercer sobre algumas pessoas,
consistindo em lhes PRODUZIR UMA ESPÉCIE DE CEGUEIRA OU DE MIRAGEM, com o fim
de lhes tirar a visão do que se passa e representar-lhes um outro fato. Isto
entra em uma ordem mais ou menos complicada de fenômenos que oportunamente vos
poderemos explicar.
 
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